A Zetta, entidade que representa fintechs no país como Nubank e Mercado Pago, realizou nesta quinta um seminário para discutir
A Zetta, entidade que representa fintechs no país como Nubank e Mercado Pago, realizou nesta quinta um seminário para discutir as melhores práticas internacionais em pagamentos instantâneos.
Moderado por Rafaela Nogueira, economista-chefe da Zetta, o painel contou com a participação de especialistas dos bancos centrais do Brasil e do México, do Banco de Compensações Internacionais e da Universidade da Pensilvânia, que discutiram os benefícios dos pagamentos digitais instantâneos para a concorrência e o impacto no bem-estar da população e na inclusão financeira.
Na introdução, Eduardo Lopes, presidente da Zetta, destacou que, em muitos países da América Latina, o setor bancário apresenta altas taxas de concentração, resultando em índices muito baixos de inclusão financeira. Por isso, foi discutido como outros países poderiam seguir o exemplo brasileiro do Pix, visando acelerar a adoção de sistemas de pagamentos digitais. No México, por exemplo, sete bancos concentram 77% dos ativos. Além disso, 90% das transações abaixo de 500 pesos são feitas em dinheiro.
Diretor do Banco Central do Brasil, Renato Gomes destacou que o Pix tem sido o marco mais importante na construção de um setor bancário mais competitivo no país, oferecendo possibilidade de escolha entre métodos de pagamento, reduzindo a quantidade de dinheiro em circulação e aumentando a eficiência do sistema.
“O Pix, sozinho, não faz mágica. Os sistemas de pagamentos instantâneos não produzem resultados por si só. Há pré-condições necessárias, e uma das mais importantes é a existência de fintechs concorrentes que investem forte em tecnologia na entrada desses sistemas. Certamente, este foi o caso do Brasil, e muitos membros da Zetta cabem perfeitamente como exemplos. Muitos concorrentes já estavam prontos para potencializar essa grande infraestrutura do Pix, assim como novos bancos e fintechs. Esses novos sistemas de pagamentos não são uma barreira, muito pelo contrário. Não beneficiaram só os consumidores brasileiros, mas toda a indústria”, disse Renato Gomes.