Nem sempre é fácil fazer uma viagem longa no fim de semana. Por isso, é tão bom descobrir opções para mudar de ares e descansar sem ir tão longe de ca
Nem sempre é fácil fazer uma viagem longa no fim de semana. Por isso, é tão bom descobrir opções para mudar de ares e descansar sem ir tão longe de casa. Um dos destinos que cumpre essa proposta é Mairiporã.
Basta dirigir 39 km, cerca de 40 minutos, do centro de São Paulo, que você chega nessa cidade cercada pela Serra da Cantareira e repleta de sítios, chácaras e áreas verdes. A maioria dos turistas procura o destino justamente atrás do maior contato com a natureza.
Para turistas, um dos locais favoritos para o contato com a natureza é na Represa Paulo de Paiva Castro, área que foi construída pela Sabesp no Rio Juqueri, a fim de fornecer água para a cidade de São Paulo, mas hoje também é berço de diversas atividades aquáticas: de jet ski a passeios de barco.
Quem tem acesso ao espaço são as pousadas, hospedagens pelo AirBnB e hotéis que ficam na costa da reserva. A maioria, como o Ecoresort Cheiro do Mato ou o Hotel refúgio Vista Serrana só oferecem lazer aquático para os hóspedes. Mas na Pousada Belas Águas, por exemplo, é possível o day use.
“Operamos nossos passeios com a empresa Passear.Eco, que iniciei com meu irmão há mais de 20 anos. Nela, seguimos os protocolos da ISO 21101, o Sistema de Gestão de Segurança para turismo de aventura”, diz Jonatas Januário da Silva, sócio-proprietário da pousada. “Uma regra básica nossa é que precisa de colete para entrar na água. Seja para nadar, andar de jet ski, caiaque ou stand up paddle.”
Além da segurança, a pousada investe na flexibilidade. “Temos diversas opções. Quase tudo é cobrado à parte para que a pessoa escolha o melhor pacote para ela: se quiser ficar na pousada, temos 12 quartos (diárias a partir de R$300); stem o day use (R$55 por pessoa aos finais de semana) ou só fazer uma atividade, basta pagar a taxa de entrada de R$10 e escolher o que quer fazer”, conta Silva.
O passeio de jet ski (a partir de R$ 90 o percurso de 3km), por exemplo, sempre é feito com um habilitado da casa, que conhece a represa e as atividades que ali ocorrem e fazem o percurso com segurança. Não há aluguel do transporte.
E o terceiro pilar, segundo Silva, é prezar pelo contato com a natureza. Por isso, não é permitido a entrada de caixinhas de som, narguilês, ou qualquer outro objeto que possa incomodar hóspedes. “Sempre que buscava atividades em meio à natureza para descansar e recarregar energias, gastava muito tempo para ir e voltar. Quando conheci o espaço da pousada em Mairiporã, fiquei apaixonado pela ideia de acesso a uma natureza tão preservada, ar puro e um local para se banhar e realizar atividades aquáticas tão pertinho”, conta.
Outra opção de divertimento na água é na Cachoeira da Caceia, que recebe água das nascentes da represa Paiva Castro e fica a pelo menos 7 km do centro da cidade. Para chegar lá, é preciso caminhar cerca de 400 metros, em uma trilha fácil, do estacionamento até a primeira queda d’água.
Ao todo, são três espaços para banho, todos pequenos, mas bem confortáveis. O melhor horário para a visitação é no período da manhã, pois durante a tarde costuma encher mais e fica impossível apreciar o espaço em silêncio.
A região também abriga grandes hotéis e resorts, como o Unique Garden, considerado um dos mais luxuosos da América Latina. Por ali, existem até técnicas de relaxamento que focam nas paisagens e aromas do lugar.
Fora d’água
Para quem quer contemplar a vista da represa com os pés no chão, o Parque Linear, no centro da cidade, é uma ótima opção. Também há o mirante do Cruzeiro, que proporciona vista panorâmica de toda Mairiporã.
Falando em altura, nos fins de semana a Pedreira do Dib – com paredões de 35, 70 e 108 metros – é o lugar ideal para esportes de aventura. A pedreira foi desativada nos anos 1930 e cerca de meio século depois foi ocupada pelos amantes de esportes de aventura.
Hoje, o espaço conta com mais de de 80 vias de escalada, além de atividades como️ rapel, slackline e até rope jump – uma espécie de pêndulo humano.
Apesar de todos os esportes de aventura, Mairiporã é lugar de diversas chácaras, sítios e fazendas que proporcionam o turismo rural. E o que melhor para representar isso do que andar de cavalo?
“Nosso passeio é feito no meio rural, pé na terra, fora da cidade. Além disso, há o contato com animais e as belas paisagens campestres, que nos acompanham trazendo paz, calmaria e tranquilidade ”, conta Ronaldo Luís de Oliveira, proprietário do Sítio São José Lelo.
O espaço foi construído há mais de 65 anos, quando Rogério de Oliveira, mais conhecido como Lelo, criou o Sítio São José e ali plantou eucaliptos, criou gado, cavalos e construiu uma casa simples, além de um galpão, onde reunia familiares e amigos.
Com a morte do pai em 2020, Ronaldo decidiu tomar conta do espaço e homenagear o pai no nome. “Meu pai me ensinou a mexer com animais quando eu tinha seis anos. Aprendi tudo com ele e depois passei para os meus filhos, que vejo, no sítio, o amor que eles têm pelos animais”, relata.
Por ali, é possível fazer passeios de cavalo de uma hora (R$100) até o Pico D’Olho D’água ou passeios de meia hora (R$ 60) por estradas diversas. Pessoas acima de dez anos podem fazer o passeio desacompanhadas, menores que isso, somente com supervisão. Os espaços Haras JNP, Rancho Conquista e o Haras Cantareira também oferecem passeios à cavalo.
Polo gastronômico
Do lado sul da cidade, próximo à Serra da Cantareira, o turismo é gastronômico. Por ali, são diversos restaurantes, com opções para todos os gostos., como o Café Manacá ou o Jacques Café, o Pizza & Beer ou uma bela bacalhoada no Ora Pois!.
Mas quem começou toda essa onda, há quase 30 anos, foi a comida simples e caseira da Dona Iracema Rodrigues Archanjo dos Santos, de 81 anos. “Meu marido, Moacyr, veio para cá em 1978 para construir um depósito de material de demolição. Depois de um tempo, fui ajudar porque vi que ele estava ficando atrapalhado com o tanto de coisa”, brinca.
“Eu ajudava cozinhando para o pessoal que trabalhava no depósito. Mas quando vinha alguém comprar algo, como não tinha nada na estrada, pediam para comer com a gente. E aí a fama da comida se espalhou”, lembra ela.
Em 1995, ela decidiu abrir o restaurante As Véia, dentro do complexo O Velhão, um lugar que proporciona um retorno ao passado com vielas e construções antigas, todas feitas com materiais de demolição restaurados. O espaço inicialmente comprado por Moacyr hoje abriga uma escola, uma igreja e um posto de saúde. E o tal depósito passou a ser do outro lado da rua, em uma área total de 57 mil m², com mais de dezesseis estabelecimentos.
As Véia, a menina dos olhos do lugar, é composto por cinco salões diferentes. Os pratos são preparados no fogão à lenha pela própria Dona Iracema e suas ajudantes. “Aqui é um lugar de família que o pessoal até entra na cozinha pra contar sobre a mãe, o irmão, a vida. Nosso lugar é simples, mas tem muito amor. Esse é o diferencial”, conta Iracema.
Serviço
Endereço: Estrada Armando Barbosa de Almeida, 2955
Horário de Funcionamento: de quinta a segunda com agendamento via site ou Instagram.
Mais informações: www.belasaguasmairipora.com.br
Endereço: Avenida Esmeralda, 586
Horário de funcionamento: aberto todos os dias, com atividades agendadas de finais de semana
Mais informações: www.ropetrips.com.br/dib-70-metros e www.rapelsp.com.br/rapel-na-pedreira-dib-mairipora
Endereço: Estrada Juvenal Barbosa de Camargo, 200
Horário de funcionamento: de terça a sexta, das 13h30 às 17h; sábados e domingos das 9h às 17h
Mais informações: www.instagram.com/sitiosaojoselelo
Endereço: Estrada Santa Inês, 3.000
Horário de funcionamento: Todos os dias das 12h às 16h, sendo que aos domingos oferecem café da manhã das 8h às 11h
Mais informações: www.velhao.com.br