O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, voltou a dizer nesta segunda-feira, 22, que o embate com o presidente da Câmara, deputado f
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, voltou a dizer nesta segunda-feira, 22, que o embate com o presidente da Câmara, deputado federal Arthur Lira (PP-AL), é um “episódio absolutamente superado”. Há duas semanas, Lira chamou Padilha de “desafeto pessoal” e “incompetente”. O ministro, em resposta, disse que não ia “descer ao nível” do presidente da Câmara.
“O diálogo do governo com o Congresso Nacional está mantido, e a pauta do governo segue em frente”, disse Padilha, responsável pela articulação política entre a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e líderes do Congresso, em entrevista à CNN Brasil.
No sábado, 20, Padilha concedeu uma entrevista à GloboNews e negou que o conflito pudesse se tornar um impasse institucional. “Não tem crise. Qualquer dificuldade de relação, diálogo, está absolutamente superada”, disse o ministro.
Nesta segunda, Padilha afirmou que o embate não só não afeta o relacionamento do Palácio do Planalto com o Congresso como se disse “otimista” para a aprovação de projetos prioritários à agenda do governo Lula, como a aprovação do programa “Acredita”, criado por meio de medida provisória e descrito pelo ministro como “uma espécie de ‘Desenrola’ (iniciativa de renegociação de dívidas do governo federal) para pequenos empresários”.
Padilha também expressou uma “expectativa muito positiva” quanto à regulamentação da reforma tributária, aprovada em dezembro do ano passado. O ministro espera que Lira e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, “queiram deixar como legado” a aprovação da reforma antes de encerrarem seus mandatos à frente das Casas, em fevereiro do ano que vem.
Entenda o embate entre Lira e Padilha
Lira manifestou insatisfação com o governo Lula após a votação no plenário da Câmara que autorizou a manutenção a prisão preventiva do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), apontado pela Polícia Federal (PF) como um dos mandantes da execução da vereadora Marielle Franco, em 2018.
Como mostrou a Coluna do Estadão, Lira avaliou que o governo interferiu na votação, contrariando um acordo entre os líderes da Câmara para não partidarizar o tema.
A rixa entre Lira e Padilha antecede a votação da manutenção da prisão preventiva de Brazão e o presidente da Câmara pressiona o Planalto a mudar o titular da pasta de Relações Institucionais. Após o embate recente com Lira, Lula blindou o aliado, afirmando que Padilha permaneceria por “muito tempo” no cargo “só de teimosia”.